<img src="https://www.odocumento.com.br/content/images/2025/05/a-a-159.jpg" alt="Ex-deputado e ex-presidente de Metamat s&#xE3;o alvos de opera&#xE7;&#xE3;o da PC por desvio de R$ 22 milh&#xF5;es">Conte&#xFA;do/ODOC - O ex-deputado estadual Wagner Ramos, atual diretor administrativo da Companhia Mato-Grossense de Minera&#xE7;&#xE3;o (Metamat), e o ex-presidente da companhia, Juliano Jorge Boraczynski, est&#xE3;o entre os alvos da Opera&#xE7;&#xE3;o &quot;Po&#xE7;o Sem Fundo&quot;.A a&#xE7;&#xE3;o, deflagrada na manh&#xE3; desta quinta-feira (8) pela Delegacia Especializada de Combate &#xE0; Corrup&#xE7;&#xE3;o (Deccor), investiga um esquema de desvio de R$ 22 milh&#xF5;es dos cofres p&#xFA;blicos por meio de fraude na execu&#xE7;&#xE3;o de contratos para perfura&#xE7;&#xE3;o de po&#xE7;os artesianos, desde o ano de 2020.Al&#xE9;m dos dois, o diretor-t&#xE9;cnico da companhia Francisco Holanildo Silva Lima tamb&#xE9;m est&#xE1; entre os alvos.A investiga&#xE7;&#xE3;o teve iniciou ap&#xF3;s den&#xFA;ncia feita pelo pr&#xF3;prio Governo de Mato Grosso. A Metamat est&#xE1; em processo de extin&#xE7;&#xE3;o desde novembro do ano passado. Juliano Jorge foi demitido e ocupa um cargo na Assembleia Legislativa atualmente. Ele &#xE9; irm&#xE3;o do ex-deputado estadual Romaldo J&#xFA;nior, morto mar&#xE7;o de 2024.J&#xE1; Wagner Ramos atuou como rep&#xF3;rter, assumiu como suplente em 2003 e foi eleito deputado estadual entre os anos de 2006 e 2010.Francisco Holanildo Silva &#xE9; ex-superintendente regional da Funasa (Funda&#xE7;&#xE3;o Nacional de Sa&#xFA;de) de Mato Grosso.No total, a Deccor cumpre 226 ordens judicias contra seis empresas e 24 pessoas f&#xED;sicas, dentre elas 16 s&#xE3;o servidores ou ex-servidores, e oito s&#xE3;o empres&#xE1;rios.Os mandados s&#xE3;o cumpridos nas cidades de Cuiab&#xE1;, V&#xE1;rzea Grande e Tangar&#xE1; da Serra, sendo 30 mandados de busca e apreens&#xE3;o, sequestro de 49 im&#xF3;veis e de 79 bens m&#xF3;veis, al&#xE9;m de bloqueios banc&#xE1;rios de valores das contas dos investigados e das empresas, no valor estimado ao montante do preju&#xED;zo gerado. Tamb&#xE9;m s&#xE3;o cumpridas outras medidas cautelares, como afastamento de fun&#xE7;&#xE3;o p&#xFA;blica.Das ordens judiciaisDas medidas judiciais decretadas, a principal &#xE9; a determina&#xE7;&#xE3;o de suspens&#xE3;o de pagamentos pelo Estado de Mato Grosso &#xE0;s empresas investigadas, que tamb&#xE9;m est&#xE3;o proibidas de contratar com o Poder P&#xFA;blico Estadual.Est&#xE3;o sendo cumpridos mandados de quebra do sigilo dos dados dos dispositivos eletr&#xF4;nicos vinculados aos investigados. A Justi&#xE7;a determinou, ainda, o afastamento da fun&#xE7;&#xE3;o p&#xFA;blica de servidores da Metamat.Tamb&#xE9;m foram determinadas medidas cautelares diversas da pris&#xE3;o contra os investigados, que est&#xE3;o proibidos de manterem contato entre si e de acessarem todos os pr&#xE9;dios e depend&#xEA;ncias da Metamat e da Sedec. Eles tamb&#xE9;m ter&#xE3;o os passaportes recolhidos.A pedido da Pol&#xED;cia Civil, o judici&#xE1;rio proibiu o Poder P&#xFA;blico Estadual de nomear e/ou contratar os investigados para exercer cargos na administra&#xE7;&#xE3;o p&#xFA;blica estadual.O esquema criminosoAs investiga&#xE7;&#xF5;es resultaram na identifica&#xE7;&#xE3;o de uma associa&#xE7;&#xE3;o criminosa instalada na Metamat com o prop&#xF3;sito de desviar valores em contratos firmados pela estatal entre 2020 e 2023, cujo objetivo seria promover o abastecimento de &#xE1;gua em comunidades rurais do Estado de Mato Grosso.As empresas deveriam construir po&#xE7;os artesianos e garantir distribui&#xE7;&#xE3;o da &#xE1;gua para os moradores pr&#xF3;ximos.Contudo, as auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado apontaram in&#xFA;meras irregularidades, como po&#xE7;os que n&#xE3;o foram encontrados nos locais indicados ou po&#xE7;os que foram perfurados sem condi&#xE7;&#xF5;es de armazenamento da &#xE1;gua, e at&#xE9; mesmo casos em que os pr&#xF3;prios moradores das comunidades rurais improvisavam modo rudimentar para acessar a &#xE1;gua do po&#xE7;o.Foram identificados po&#xE7;os que teriam sido constru&#xED;dos dentro de propriedades particulares, &#xE1;reas de pastagens e planta&#xE7;&#xF5;es, garimpos e at&#xE9; dentro de uma granja, al&#xE9;m de outros em &#xE1;reas urbanas, em completo desvio ao objetivo de atender comunidades rurais.Nas auditorias, a Controladoria Geral do Estado identificou que houve diversas falhas durante a execu&#xE7;&#xE3;o das obras e fiscaliza&#xE7;&#xE3;o, que resultaram no pagamento pela perfura&#xE7;&#xE3;o de po&#xE7;os secos ou improdutivos.Os preju&#xED;zos e o sequestro de bens dos investigadosDe acordo com os apontamentos da Controladoria, as inexecu&#xE7;&#xF5;es parciais dos contratos, pagamentos indevidos e transgress&#xF5;es nos termos das contrata&#xE7;&#xF5;es resultaram em preju&#xED;zo de pelo menos R$ 22 milh&#xF5;es aos cofres p&#xFA;blicos.O Poder Judici&#xE1;rio determinou outras auditorias para identificar o preju&#xED;zo causado em cada contrato e se houve direcionamento das contrata&#xE7;&#xF5;es.Po&#xE7;o Sem FundoO nome da opera&#xE7;&#xE3;o faz alus&#xE3;o ao jarg&#xE3;o popular &quot;buraco sem fundo&quot;, tendo em vista o desvio/evas&#xE3;o de recursos p&#xFA;blicos em contratos para execu&#xE7;&#xE3;o de po&#xE7;os em comunidades rurais.